contato

Base Florianópolis - Santo Antônio de Lisboa
Prof. Marcelo Visintainer Lopes
fone: (48) 988.11.31.23

quarta-feira, 8 de abril de 2020

terça-feira, 7 de abril de 2020

Travessias Oceânicas - Velejar contra ou a favor?

Por Marcelo Visintainer Lopes – Escola de Vela Oceano

Instrutor de Vela e Consultor Náutico


Qual o melhor ângulo para velejar em uma travessia?
Contra vento ou a favor dele?


Velejar em harmonia com a natureza (a favor do vento e das ondas) é sempre a melhor maneira para realizar uma travessia oceânica.
Velejadores menos experientes costumam apresentar resistência em velejar a favor do vento por causa dos mitos criados em torno do pêndulo, do jibe chinês e das atravessadas.

A verdade é que os ventos e mares de popa nos levam ao destino com mais facilidade e com menor esforço.
Velejar a favor do vento só traz benefícios para o barco e para a tripulação e a vida a bordo fica bem menos complicada.
Podemos descansar, dormir, cozinhar, comer e realizar manutenções com muito mais tranquilidade.

Em determinadas situações é preferível deixar o barco em algum lugar seguro e buscá-lo quando as condições melhorarem ou até mesmo contratar um serviço de transporte por terra.
Pode até parecer bobagem, mas esta situação é muito comum na perna de Rio Grande a Florianópolis, principalmente com barcos com menos de 30 pés.
Já vi muita gente optando pelo transporte por terra depois de tentativas frustradas de levar o barco por água.
Se acertar a meteorologia vai dar tudo certo. O problema é a ansiedade que a navegação do trecho gera, o que acaba levando ao erro na avaliação da “janela de tempo”.


As técnicas

O conforto da velejada vai depender diretamente das técnicas utilizadas pelo comandante.
A principal medida é melhorar a estabilidade lateral utilizando a genoa para o lado contrário da vela grande (asa de pomba).
O pau de spinnaker garante que a genoa permaneça sempre cheia de vento e também ajuda na estabilidade do barco. Se a genoa estabilizar o barco também estabiliza.
Duas genoas abertas para lados opostos (asa de borboleta) também funcionam de maneira parecida com a asa de pombo. Neste caso é comum arriar a vela grande.
Muitas outras configurações podem ser tentadas com ventos moderados.
Os mais experientes costumam adriçar todas as velas possíveis.
Vale ressaltar a importância de amarrar a vela grande ou de utilizar sistemas de prevenção contra a pancada da retranca em um jibe involuntário.
É normal perdermos a noção da velocidade do vento quando o vento de popa aumenta. A constatação do aumento da velocidade do barco deve ser observada com mais atenção. Se a velocidade do barco aumentar é porque o vento também aumentou.
Quando o vento aumenta o mar também tende a crescer. Isto faz com que administremos o tamanho da vela e a velocidade do barco com mais cautela.
A vela grande deve ser rizada, preferencialmente, antes do vento aumentar ou logo no início da constatação do aumento.
Comandantes mais conservadores costumam rizar antes de anoitecer (independente das condições).
A genoa pode ser enrolada a qualquer instante e bem mais tarde do que a grande.
Com vento mais forte é melhor utilizar a vela grande rizada e asa de pomba com a genoa bem enrolada (tamanho de uma buja de tempestade ou menor).
A vela grande quase não produz esforços estruturais se comparada à genoa, pois ela está armada no mastro (todo estaiado).
Por estar presa somente no estai de proa a genoa produz fortes solavancos que atingem toda a mastreação e consequentemente outros pontos do casco.
Fixações, pinos, contra pinos, roscas e parafusos também tendem a sofrer muito nas condições de vento mais duro. Sendo assim é aconselhável retirar a genoa e velejar só com a grande bem rizada.


Surfar ondas grandes

Para os velejadores mais experientes, andar rápido e surfar ondas grandes é uma das sensações mais incríveis que um veleiro pode proporcionar.
Bater recordes de velocidade e conectar duas ou mais ondas na mesma surfada é garantia de diversão.


O mar de popa pode ser desconfortável?

Se o vento estiver fraco sim!
As velas ficam batendo de um lado para o outro e o barco praticamente não sai do lugar. Amarrar a retranca é obrigatório para evitar as fortes batidas de um lado para o outro. Enrolar a genoa e ligar o motor costuma ser a melhor opção (se for possível)!
Sem motor ou combustível, a única saída é amarrar tudo o que possa bater, cair ou fazer barulho e esperar o vento chegar. 


Velejar contra o vento

Se o mar estiver desorganizado, qualquer condição de vento será desconfortável para a tripulação e para o barco.
O impacto constante e prolongado das ondas contra o casco leva à fadiga do laminado e a consequente diminuição da resistência mecânica.
Praticamente todas as áreas do barco entram em “sofrimento”, incluindo a mastreação, as velas e diversos outros componentes.
A adernação e os movimentos de subida e queda brusca nas ondas dificultam as atividades essenciais a bordo como dormir, cozinhar e comer.
O número de camas também diminui com a adernação. As camas de barlavento só funcionam com a instalação de dispositivos de antepara lateral (lona, rede ou madeira).
Quando as condições de vento e corrente reduzem a velocidade real do barco, o tempo de chegada ao destino aumenta e o consumo de água e alimentação também. O modo “racionamento” costuma ser ativado nestes casos.
Se o objetivo estiver bem contra o vento, a velejada envolverá múltiplas cambadas e o tempo de travessia poderá facilmente dobrar ou triplicar.
Depois de algumas horas velejando contra o vento e contra a correnteza verifica-se que a distância percorrida em direção ao objetivo é muito pequena.
Em muitas situações, a distância percorrida em 24 horas é a mesma de uma velejada de duas ou três horas a favor do vento.
O acréscimo de tempo na previsão de chegada, o desconforto e a perda na qualidade da alimentação costumam aumentar a ansiedade.
Produzir alimentos quentes só é possível com a ajuda do forno, de uma panela de pressão e de alguém desposto a encarar aquela viração lá de baixo.
Normalmente a tripulação vai se virando com ovos cozidos, biscoitos, frutas e sanduiches.



Exceções

Conheço apenas duas razões para um comandante optar em velejar contra o vento:

1. Dias de mar calmo, com vento moderado e constante e com um rumo que leve direto ou próximo ao destino.
Com estas condições de mar (se a corrente não for contrária), o barco desenvolverá uma boa velocidade real.
Navegar em um bordo só, direto ao destino e com o mar nestas condições, pode se transformar na “velejada da vida”.
Esta é a mais pura verdade, principalmente no calor do verão. Neste caso, o vento aparente funciona como um ar condicionado ligado, fazendo com que a sensação de calor diminua bastante.

2. Quando não houver outra opção...
Cuidado com a ansiedade. Se der para esperar pela mudança do vento, espere!
Locais onde a predominância é de contra vento, daí realmente não existe outra maneira.
Ainda assim é preferível estudar bem as condições locais e planejar algo que resolva o problema de uma só vez.
Em muitas situações é melhor optar por outras formas de transporte como citei anteriormente.



Vento de través

A velejada com mar e vento de través pode ser confortável com ventos de médio a fortes e com um bom período entre as ondas.
Com vento fraco e mar desencontrado a retranca fica batendo para os lados, fazendo com que a velejada fique chata e desconfortável.
Amarrar a retranca a sotavento diminui o barulho, mas não melhora o balanço e nem aumenta a velocidade.
Com vento mais forte a situação já melhora, pois as velas ganham pressão, a velocidade aumenta e pode ocorrer uma melhora na estabilidade lateral.
Com mais vento e com a consequente subida do mar podemos ver as cristas quebrando. Com o passar das horas as cristas podem aumentar e cuidados devem ser tomados.
Batidas fortes no costado, adernação demasiada e consequente deslizamento lateral podem ocorrer.


domingo, 5 de abril de 2020

Velejar com Segurança - App Escola de Vela Oceano

Por Marcelo Visintainer Lopes – Escola de Vela Oceano

Instrutor de Vela e Consultor Náutico


Velejar com segurança é essencial e foi pensando nisto que criamos um App específico para checagens antes da partida.
Utilize-o como uma rotina obrigatória e garanta sempre uma velejada mais tranquila!


   Imagem: App Oceano



São seis categorias

1.      Chegando no barco
2.      Antes de sair
3.      Obrigatórios da marinha
4.      Segurança a bordo
5.      Manutenção/emergência
6.      Reservas


Itens por categoria:

1. Chegando no Barco (11 itens)
- meteorologia
- verificar nível do óleo
- verificar nível do líquido de arrefecimento
- verificar tensão das correias
- filtro de combustível
- verificar vazamentos de óleo/combustível
- banco de baterias na posição 1 & 2
- dar partida no motor
- motor liga com facilidade
- marcha lenta
- refrigeração externa


2. Antes de Sair (12 itens)
- luzes de navegação
- gás de cozinha
- velas revisadas
- estaiamento revisado
- enrolador de genoa revisado
- água potável
- água nos tanques
- alimentação compatível
- combustível aditivado
- âncora amarrada e revisada
- fones de urgência na agenda
- genoa pronta para abrir caso pane motor


3. Obrigatórios da Marinha (9 itens)
- aviso de saída
- documentos do barco
- coletes salva-vidas
- boia circular e retinida
- bandeira do brasil
- extintores de incêndio carregados
- buzina ou apito
- pirotécnicos em dia
- habilitação compatível


4. Segurança a bordo (13 itens)
- luzes de navegação
- bomba de porão elétrica
- bomba de porão manual
- cintos de segurança
- linhas de vida
- rádio VHF
- bote de apoio amarrado
- ecobatímetro
- bússola
- primeiros socorros
- GPS ou App de navegação
- lápis, borracha, compasso e régua
- carta náutica de papel



5. Manutenção/Emergência (18 itens)
- desengripante
- limpa contato
- rotor da bomba d’água
- caixa de ferramentas completa
- adesivo reparo velas
- silver tape
- filtro de óleo
- faca afiada
- líquido de arrefecimento
- cones de madeira
- abraçadeiras inox
- abraçadeiras plásticas
- mangueiras bitolas diversas
- cabo de reboque
- cabos bitolas diversas
- moitões e manilhas
- cupilhas e contra-pinos
- âncora e cabo grosso


6. Reservas (10 itens)

- combustível
- aditivo de combustível
- água potável
- fósforo/isqueiro
- carregador de celular
- pilhas
- óleo motor
- filtro de óleo
- líquido de arrefecimento
- GPS ou App de navegação



COMO FUNCIONA:

Baixe o App
Na coluna da esquerda - escolha a categoria
Marque os itens que estiverem OK
Vá mudando de categoria até finalizar
Ao final, se estiver tudo ok, será exibida a mensagem:
“TUDO CERTO PARA A VELEJADA”

Do contrário, se algo ainda estiver faltando, ele não concluirá a verificação.
Toda a vez que você ativar o App vá em “opções” atualize a lista online
Para sair do App:
"opções" – sair do aplicativo

O mais bacana é que você poderá nos dar sugestões de inclusão ou mudança de itens envie um whatsapp: 48 988113123


Desenvolvedor



sexta-feira, 3 de abril de 2020

Dinheiro com barcos. Parte 3 - Instrução de vela

Por Marcelo Visintainer Lopes – Escola de Vela Oceano

Instrutor de Vela e Consultor Náutico


Charter com instrução básica de vela

Os clientes deste tipo de serviço terão uma vivência real de como funcionam as manobras a bordo, recebendo instrução e participando ativamente de todas as atividades propostas.
Diárias variam de 1.000,00 a 2.000,00 também dependendo do tamanho, da idade do barco e da experiência do comandante.

Quatro a seis pessoas seria o número ideal para um atendimento de qualidade.
A despesa é muito baixa (diesel, água e frutas).

Habilitação da Marinha e a capacidade técnica comprovada são imprescindíveis.

Quatro a seis horas seria a duração aconselhada.


Instrução básica de vela

Se você já possui uma experiência em veleiros oceânicos, gosta de pessoas e gosta de ensinar, então você poderá trabalhar com instrução básica de vela.

Possuir um barco relativamente novo ajuda nas duas opções, mas se tiver vai com o velinho mesmo.
Barcos novos dão menos manutenção e é justamente na manutenção do veleiro que a despesa anual aperta.

Um veleiro de instrução deve estar com todas as manutenções e revisões em dia e de preferência com velas e cabos em bom estado.

A hora de instrução particular pode varia de 50,00 a 300,00, dependendo do barco e da experiência do instrutor.

Quatro a seis pessoas seria o número ideal para garantir que todos consigam absorver os conteúdos dentro da carga horária proposta.

A despesa é muito baixa (diesel, água e frutas).

Habilitação da Marinha e capacidade técnica comprovada são imprescindíveis.

Sessões de 6 a 8 horas práticas por dia e uma carga horária total acima de 30 horas seria o mais recomendado para uma iniciação bem feita.

Não esqueça de elaborar uma boa apostila em PDF e enviar na efetivação das reservas. O pessoal vai ler com antecedência e não vai ficar “boiando” no início da instrução




quinta-feira, 2 de abril de 2020

Ganhando dinheiro com barcos. Parte 2 - Serviços com o próprio veleiro

Por Marcelo Visintainer Lopes – Escola de Vela Oceano

Instrutor de Vela e Consultor Náutico

São muitos os tipos de serviço que podemos realizar utilizando o próprio veleiro, principalmente nas marinas e nas ancoragens.

Criatividade, empenho e persistência são fundamentais para qualquer negócio dar certo.



Alugando o veleiro

Você poderá alugar o veleiro para diversas finalidades como produção de filmes e comerciais, ensaios, aniversários, curtir o pôr do sol embarcado, encontros empresariais, despedidas de solteiro, pré-wedding e tudo mais que você tiver criatividade para inventar.

Para estes tipos de serviço a experiência na vela passa a contar pontos importantes.
Você estará lidando com “passageiros”, mesmo que o trabalho seja realizado na poita ou próximo à marina.
Obviamente que experiência náutica nunca é demais. Quanto mais você tiver, melhor será a qualidade do seu serviço.
Conhecer as reações do seu barco, manutenções em dia, habilitação compatível com a navegação e um mínimo de conhecimento de vela e motor seriam necessários.

Para iniciar nos trabalhos de locação para eventos especiais um perfil bem trabalhado no Instagram daria conta.

Exigências básicas em relação ao serviço
Barco bem conservado, com um bom espaço externo (acima de 30 pés), limpo e bem arrumado.
Prestação do serviço com educação, cordialidade e responsabilidade.



Locação para passeios

A locação para passeios também conhecida como Charter é muito comum hoje em dia e é uma das primeiras coisas que vem à cabeça de quem recém comprou o barco.
Os custos são baixos e o lucro é muito bom com diárias variando entre R$ 600,00 e R$ 1.800, dependendo do tamanho do barco.
Barcos mais novos e maiores ficam na escala superior do valor das diárias.
Quase todos os dias vejo uma nova divulgação deste tipo de serviço no Instagram, principalmente na região de Angra e Paraty, mas também no Rio de Janeiro e Florianópolis.

Não existe uma legislação que proíba uma pessoa habilitada de alugar seu barco com fins recreativos, muito pelo contrário, a locação está prevista na NORMAN 03 da Marinha do Brasil.
A única exigência é que você esteja habilitado junto à Marinha (Arrais, Mestre ou Capitão).
A categoria vai depender do tipo de navegação que você vai empreender.
Se vai ficar dentro das baias abrigadas o Arrais Amador já serve.

Locais de pouco vento (Angra e Paraty) a chance de um “comandante com pouca experiência” dar certo é maior, mas mesmo assim, quando entra uma frente fria ou quando aparecem as trovoadas de verão, a falta de experiência do comandante pode colocá-lo em situações mais complicadas.

Normalmente os passageiros de uma locação consomem bebidas alcoólicas e o comandante deve ter a sua atenção redobrada.
Regras claras em um site, limitando a quantidade de bebidas e esclarecendo todas as regras de segurança ajudam a evitar desconfortos.
Manter-se próximo de abrigos também pode ser uma boa solução para evitar dores de cabeça no início da carreira.

Em locais famosos por ventar forte (Floripa, Ilhabela e Búzios) os cuidados do comandante são ainda maiores.
É importante e estratégico que ele ofereça outras opções de embarque e desembarque ao longo do passeio.

Pessoas tecnicamente despreparadas devem evitar passeios em condições de vento forte.
Não basta um comandante estar habilitado junto à Marinha para garantir a segurança de seus passageiros.
Habilitações nunca serão parâmetro para medir os conhecimentos práticos.


Algumas ideias não comuns

Embora não sejam comuns são serviços como outro qualquer.
Uma vantagem inicial é que para estes tipos de serviço a experiência na vela não é relevante.
O mais importante aqui é a quantidade e a qualidade dos relacionamentos que você é capaz de construir nos locais por onde passar.

São elas

Cuidador (a) de crianças, aulas particulares, massagem, yoga, manicure, corte de cabelo, pão artesanal, pizzaria, cafeteria e por aí vai...





quarta-feira, 1 de abril de 2020

Vela - infinitas possibilidades...

Novos tempos e novas prioridades...

Imagem: arte escola de vela oceano


Vela Oceânica em Florianópolis, Aula de Vela em Floripa, Escolas de Vela no Brasil
Aprenda a velejar em Floripa, Escola de Vela Oceano, Universidade da Vela no Brasil
Veleiro Floripa, Barco à Vela Florianópolis, Charter de Veleiro em Floripa
Como aprender a velejar? Quero aprender a velejar, Velejar é uma arte
Aluguel de barco em Floripa, Aluguel de Veleiro para comerciais e filmes
Curso de Veleiro, Escola de Veleiro, Curso Navegação Costeira, Curso Iatismo
Travessias Oceânicas, Vela de Cruzeiro, Curso de Vela de Cruzeiro
Escola de Iatismo, Vela de Cruzeiro, Vídeos de Veleiro, Vídeos Velejando
Professor Marcelo Visintainer Lopes, Velejar, Onde aprender a velejar?
Escola de Vela Itajaí, Curso de Vela Oceânica Itajaí, Aula de Vela Itajaí
Escola Veleiro Itajaí, Velejar Itajaí, comprar veleiro, vender veleiro, aulas de iatismo
Morar em um veleiro, morar a bordo, quanto custa morar em um veleiro
Costa do Brasil e Volta ao Mundo